quarta-feira, 26 de maio de 2010

Autenticidade e Transparência em Rede - Considerações da equipe

Autenticidade e Transparência em Rede


19 de abril de 2010 Postado por Espaço Colaborativo


As questões sobre a autenticidade e a transparência em Rede é assunto para vários estudos e reflexões por ser uma realidade nova, mas que veio com muita rapidez e cresce a cada minuto com novas e novas tecnologias, maneiras e formação de infinitos grupos formadores de uma Rede. Se analisarmos que até muito pouco tempo se falava em computadores para serem utilizados nas grandes empresas que necessitavam de algo muito maior para calcularem seus estoques, seus controles, enfim o que envolvia números e quantidades altas. Os primeiros computadores necessitavam de um enorme espaço onde pudessem ser montados e ali ficavam, e hoje carrega-se um para onde quer.É tudo muito novo e todos podemos através dos computadores e da internete formarmos uma Rede, onde existe a transparência dos dados colocados e acessível a todos que quiserem.

Esta análise do debate de nossa equipe sobre a transparência e autenticidade em Rede feita pelo Joaquim Pinto, um de nossos colegas de equipe e debate consegue colocar claramente e didaticamente o que se discutiu:
Para Joaquim Pinto,“O debate sobre identidade, autenticidade e transparência na rede iniciou-se com um desafio, nomeadamente, se a identidade digital é um prolongamento da identidade pública, por um lado e, por outro lado, se essa identidade digital também pode ser considerada um prolongamento da nossa intimidade, que é desconhecida.Com este ponto de partida foi defendida a possibilidade de se preservar a identidade pública, através da criação de uma personalidade digital. Esta hipótese representa uma liberdade infinita, contudo pode ser bem ou mal utilizada.Foi igualmente defendido que a presença no ciberespaço pode ser feita através do desdobramento de várias dimensões do indivíduo, como pessoal ou profissional. A web permite, também, que qualquer pessoa seja o que quiser, logo a autenticidade não é evidente.Foi exposto que a rede é um espaço de interacção, sem barreiras no tempo e no espaço, em que um conjunto de indivíduos participa activamente. Desta forma, no mundo virtual, os participantes interagem, como verdadeiros actores sociais, contrariamente ao que acontecia até aí.Neste processo, os indivíduos acabam por construir uma identidade digital, que nada pode ter a ver com a identidade real e que também sofre mutações em função dos objectivos pretendidos e das experiências vividas.Em síntese, pode-se afirmar que a identidade digital é diferente da identidade pública, mais ainda que pode ser um prolongamento desta última, mas também permite ser uma, ou mais, facetas ocultas da personalidade de cada um, em simultâneo ou sofrendo mutações ao longo do tempo.”Ou seja, tudo pode acontecer em Rede, posicionamentos, idéias sobre algo, maneiras de se pensar e de agir, divergentes se tornam tranparentes para que todos vejam e acessem e percebam que toda esta riqueza vinda com as diferentes formas de interatividade e socialização que a Rede permite seja formadora de novas contruções feitas a muitas mãos. Este trabalho que aqui estamos fazendo ficará registrado em nossos Blogs e estarão abertos a todos que quiserem analisar, acrescer, concordar ou discordar, permitindo uma nova construção.

O Nuno Miguel Oliveira, outro colega de nossa equipe, busca o embasameno teórico com os vários autores que falam sobre este assunto, enriquecendo e fazendo com que tenhamos um referencial através doque se é colocado entre os autores que falam a este respeito:“A Internet é considerada uma tecnologia da informação e os indíviduos não são apenas processadores solitários de informação mas também seres sociais, ou seja os utilizadores da Internet procuram nela aspectos relacionados com a sua vida social, como pertença, apoio e afirmação.Lévy (1996) diz-nos que uma das grandes características do processo de virtualização é o de trazer uma unidade de tempo sem uma unidade de lugar. É neste espaço que surgem novas formas de sociabilização as quais cada vez mais merecem a atenção da sociologia e da antropologia. Entre os novos temas podemos mencionar os Blogs, Chats, passando pelos diversos movimentos sociais que emergem da rede.Segundo a opinião de João Pissara Esteves, de uma maneira geral, “os media, enquanto dispositivos nucleares de sociabilização, de integração social e de reprodução cultural, desenvolvem um trabalho activo em torno das identidades”. O tema desta reflexão prende-se com as questões da identidade individual, autenticidade e transparência em rede.No mundo real quando um indivíduo se encontra com outros, estes habitualmente procuram obter informações sobre ele ou recorrerem a informações que já possuem a seu respeito. Interessam-se pelo seu estatuto social, económico, por aquilo que um indivíduo pensa dele próprio, pela sua atitude perante os outros, entre outras informações. Essas informações permitem aos outros saber o que o indivíduo espera deles e o que poderão eles esperar dele.

Segundo Ervening Goffman (1959), durante um período no qual um indivíduo se encontra na presença imediata de outros, poucas são as informações concludentes que se passam aos outros. Defende ainda Everning Goffman (1959) em “A Apresentação do Eu na Vida de Todos os Dias” que as “verdadeiras” ou “reais” atitudes dos indivíduos nomeadamente as crenças e emoções só indirectamente poderão vir a ser apreciadas.Repare-se que estamos a falar de um mundo real e não de um mundo virtual, no qual o indivíduo quando está na presença de outros efectua uma verdadeira realização dramática. Nessa realização dramática o indivíduo quando está na presença de outros durante a interacção utiliza os sinais, as expressões faciais e corporais, que pretende transmitir. Pode-se dizer que é criada uma imagem de fachada, a qual muitas vezes é construída e idealizada pelo indivíduo em função daquilo que a sociedade lhe exige.Na construção de uma identidade virtual os indivíduos com características diferentes acabam por adoptar praticas similares no momento em que tem de construir um perfil, isto é quando tem de construir uma identidade on-line.

Segundo Giddens (2002), na modernidade, toda a identidade é construída num processo de constante reflexão.Bauman (2005) defende que as identidades, no mundo moderno, são cada vez mais passageiras, sendo submetidas a um ideal em constante mutação.A interacção social que decorre na Internet, alguma dela direccionada para fins específicos, é orientada a partir de perfis individuais, que se combinam formando redes sociais ou mesmo comunidades.As identidades construídas num ambiente virtual são fundamentais para orientar as interacções sociais que nela decorrem.Refira-se que tratando-se de identidades virtuais as mesmas na generalidade dos casos nada tem a ver com a identidade real.A identidade virtual, regra geral é constituída pelo nome do utilizador ou pelo seu nickname, eventualmente por uma imagem ou foto e por uma descrição sumária num campo do tipo “quem sou eu?”.Nesse campo o utilizador efectua uma descrição geral de si próprio podendo ainda conter a informação sobre o seu estado de espírito.Alguns estudos já realizados, a estes elementos, levam os investigadores a concluir que a descrição geral do utilizador e o seu estado de espírito mutam com frequência, o que nos leva a concluir que a identidade dos utilizadores pode variar em função da forma como falam de si, do seu estado de espírito e das experiencias ocorridas no mundo virtual.Bauman (2001) fala de “identidade instantânea” a qual pode ser expressa através de diversos recursos comunicativos, de acordo com os destinatários, mutando muito facilmente.

Goffman (2004) diz-nos que os indivíduos tendem sempre a apresentar-se tendo por base os aspectos que lhe são favoráveis, tentando manter o controlo das suas expressões.Segundo este autor existem duas formas de expressão significativas, a saber: - As afirmações verbais – segundo o qual os indivíduos podem dispor de um perfeito controlo; - Os gestos e as acções – no quais aparentemente apresentam pouco interesse em controlar e por isso são mais espontâneas. Pode-se dizer que a mascara criada pelo indivíduo num mundo virtual, o discurso sobre si, os seus objectivos, os estilos de vida e, portanto também a identidade das pessoas acabam por ser reformuladas de acordo com os novos factos, eventos, experiências ou conhecimentos adquiridos. Considera-se no entanto que os gestos e as acções referidas por Goffman (2004) são um mecanismo de validação e de autenticidade da informação verbal pois poderão não estar em sincronia.Uma questão bastante pertinente, a ser abordada, é afinal quem na aldeia global, pode validar a verdade apresentada por um indivíduo, isto é a sua identidade. Na aldeia global, como na sociedade no seu geral, existem sempre, os “bons” e os “maus”, bem como aqueles que assumem falar a verdade quando na realidade a identidade apresentada não corresponde à deles, mas sim a uma identidade imaginaria utilizada para os mais diversos fins. Esta questão, encontra-se em aberto, dado que os indivíduos que dizem estar a falar a verdade nem sempre o estão a fazer, isto é nem sempre são honestos.Mas esta falta de honestidade e consequentemente de transparência podeou não ser intencional. Existem situações em que a utilização de uma falsa identidade não é intencional, isto é, não tem o objectivo de prejudicar os outros, mas sim, reflectir a imagem que o indivíduo gostaria de passar aos outros sobre si.Trata-se apenas de uma representação daquilo que o indivíduo gostaria de ser na vida real e devido a condicionantes exógenas não o pode ser. Se essa falta de transparência for intencional, a mesma poderá ter subjacente, fins que violam as normas legais, vigentes num Estado de Direito.Um dos grandes perigos da aldeia global é a apropriação da identidade de um indivíduo por outro, fazendo-se passar na rede, como se de outra pessoa se tratasse. Basicamente considera-se que é impossível, sem recurso a meios policiais, verificar a autenticidade da identidade de um indivíduo.Muitas das vezes através de um perfil, da identidade de um indivíduo, conseguimos determinar as comunidades a que pertence e de certa forma avaliar os seus interesses. Esta construção e/ou validação da identidade é efectuada não só através do que indivíduo diz de si próprio, mas também dos amigos que tem, e da forma como se relaciona com eles.

Segundo Giddens (2002) as identidades são construídas apropriando-se de um passado para construir o futuro. Existem ainda as identidades fakes, isto é as falsas identidades, que surgem em determinadas redes sociais.Podemos classificar as identidades fakes em quatro tipos distintos: - As fakes relativas a personagens que não existem sendo facilmente identificáveis pelos restantes utilizadores como tal; - As fakes que buscam copiar personagens ou indivíduos na vida real; - As fakes de investigação, com o fim último de obter informações sobre outros perfis, no fundo a espionagem; - As fakes que se apresentam como verdadeiras sendo que em muitos casos são as mais preocupantes pois são fakes falsas disfarçadas de verdadeiras. As fakes aproximam-se muito das falsas representações descritas por Goffman (2004), onde alguém finge ser alguém quem não é. As fakes podem ainda ser entendidas como uma fragmentação da identidade resultante dos contextos contemporâneos.Se no passado, alternar entre identidades diferentes era, por um lado, uma experiência controlada pela sociedade e, por outro uma experiência marginal, na era actual, através da Internet é possível vivenciar, no limite entre o real e o virtual, é possível experimentar uma multiplicidade de identidades, podendo cada uma assumir personalidades diferentes na rede.

Segundo Turkle (1997) a Internet poderá ser encarada como um “laboratório social” . Considera ainda que actualmente a saúde mental dos indivíduos se define na fluidez, na capacidade de mudança e de adaptação dos indivíduos.Desta forma, considera-se que na cultura on-line, a projecção de identidades alternativas permite às pessoas trabalharem facetas de si próprias menos desenvolvidas. Subestimar estas experiencias virtuais sem uma compreensão profunda das suas múltiplas vertentes no indivíduo não lhe concede a permissão de se enriquecer realmente.Neste contexto a identidade digital poderá ser entendida como um prolongamento da dimensão escondida da nossa personalidade intima, das facetas menos exploradas ou desenvolvidas. Refira-se que o castramento de algumas facetas da identidade do indivíduo resultam de uma imposição da própria sociedade.”

Bibliografia: CARDOSO, Gustavo (2003). O que é – Internet, 1.º Ed-. S.L: Quimera Editores GOFFMAN, Erving (1993). A Apresentação do Eu na Vida de Todos os Dias, trad. Miguel Serras Pereira, ed. Original 1959, Lisboa: Relógio de Água. GIDDENS, Antony (1990).. The Consequences of Modernity, Stanford (California): Stanford University Press. LÉVY, Pierre (2000), Cibercultura, trad. José Dias Ferreira, 1.ª Ed.: Instituto Piaget. TURKLE, Sherry (1997). A vida no Ecrã – A identidade na Era da Internet, Trad. Paulo Faria, 1.ª Ed., Lisboa: Relógio d´Agua Editores. O perigo da fraude intelectual – Uma realidade na era digital

COMENTÁRIO

“Na era digital, a fraude intelectual é muito fácil de acontecer devido à facilidade de acesso a fontes de informação e respectiva cópia integral, o que levanta questões de ordem ética. Este fenómeno tem sido combatido através da criação de programas para detectar plágio.Em conclusão, o perigo de fraude intelectual aumentou exponencialmente com o desenvolvimento da rede.Na verdade, existem muitos conteúdos disponíveis, mas nem sempre é possível proceder à sua validação. De igual modo, a fraude intelectual põe em causa os direitos de propriedade intelectual, levando inclusive a União Europeia a alterar o ordenamento jurídico existente.”Já acompanhei vários cursos, mais de mil alunos de Pós graduação a distância, onde vemos muitos alunos que se utilizam de, como dizemos no Brasil, "ctrl c e ctrl v", e copiam tarefas de trechos da internet ou mesmo trabalhos de final de curso, mas assim como existem muitos e muitos outros a maioria, ainda bem, que buscam, pesquisam, e constroem seus trabalhos com o resultado do conhecimento adquirido através da web. Posso dizer que 90% dos alunos comprovadamente fazem seus próprios trabalhos e se aprofundam nas pesquisas e no embasamento teórico e fazem seus próprios trabalhos.Assim como a web possibilita buscas e pesquisas muito mais amplas o perigo da fraude intelectual também é grande. Baseados nestas preocupações muitos programas para se detectar cópias e plágios têm surgido.Bem, como educadora sempre oriento os tutores a levarem os alunos que se utilizam de cópias e transcrições a se conscientizarem sobre a ética durante o curso, dando-lhes um feedback claro mas orientativo como por exemplo: "Isto vimos no site tal, ou no trabalho tal, o importante é que se utilize de sua pesquisa para criar um pensamento ou trabalho seu, escrito por você e que possa ajudar o grupo você tem muito a acrescentar."

Contribuição de nossa colega Carla Maria Elias"No que respeita a um crime em particular, a pedofilia, aquilo que as estatísticas oficiais continuam a demonstrar é que se trata de um crime cometido maioritariamente por pessoas com acesso físico (e não virtual) às crianças: pais e outros familiares, vizinhos, professores, treinadores, padres...Também no que respeita à apropriação indevida de conteúdos, seria importante obter dados, nomeadamente percentuais, sobre estas matérias. Por exemplo, qual a % de obras pirateadas face à % de obras efectivamente vendidas? A proliferação de uma obra na Web, mesmo que pirateada, favorece ou prejudica a sua venda através desse e de outros canais?

Quanto ao plágio, conviria também obter dados quantitativos, para saber se efectivamente existe um aumento de casos face ao crescimento exponencial do acesso a educação superior, nomeadamente pós-graduada. Em termos absolutos, parece-me impossível não haver um incremento no número de casos de plágio, decorrente do maior número de pessoas que frequenta o ensino, mas seria interessante perceber se, em termos percentuais, houve alguma alteração nessa matéria que possa ser atribuída à proliferação de informação na Web.Acresce um outro factor: a super-exposição dos trabalhos decorrente da publicação na Web da maioria (ou mesmo totalidade) dos documentos.

Antes da utilização intensiva da Web na vida académica era certamente mais fácil plagiar discretamente. Actualmente presumo que seja mais difícil. No mês passado, foi notícia um caso de plágio de uma tese de doutoramento, descoberto precisamente porque ambas - original e plágio - se encontram publicadas na Web.A minha percepção (naturalmente enviesada) leva-me a crer que, com o advento da Web, pode ser mais fácil fingir, roubar, plagiar... mas que também se tornou muito mais fácil ser-se apanhado a fazê-lo.Será que algum dos colegas quer fazer a dissertação de mestrado sobre este tema? :D É possível alguma entidade particular ou alguém (e se sim, qual ou quem) controlar a rede?A rede encontra-se espalhada pela esmagadora maioria dos países do mundo, com milhões de utilizadores e de entradas de informação diárias. O que não está no Ciberespaço não existe, neste contexto o controlo da rede mundial revela-se uma tarefa árdua.Verifica-se que não existe uma entidade global que controle a veracidade dos conteúdos disponíveis na rede, surgindo o ICANN que se encarrega da coordenação da atribuição de domínios e da estabilidade operativa da internet.Desta forma, os controlos que existem actualmente são parciais e direccionados, isto é, tanto podem combater o crime, através da cooperação das autoridades nacionais, como podem por em causa a liberdade de expressão e o acesso à informação, como é o caso da censura feita pelos governos de alguns países.

Contribuição de nosso colega Nuno Miguel Oliveira Actualmente a rede mundial é administrada pela Internet Coporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), a qual é uma organização de direito privado sem fins lucrativos. A ICANN encontra-se submetida à lei vigente no Estado da Califórnia e é controlado pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos. O grande controlo da rede é exercido pela ICANN sendo este baseado num dispositivo técnico constituído por 13 poderosos computadores denominados de servidores raiz instalados quatro na Califórnia, seis próximos de Washington, dois na Europa (Estocolmo e Londres) e um no Japão (Tóquio). A principal função desde organismo não governamental é coordenar o nomes dos domínios (DNS), que ajudam os indivíduos a navegar de nó em nó pela rede.
Cada computador ligado à Internet possui um endereço de IP único (Protocolo de Internet), que o identifica como tal na rede num dado momento e possibilita o funcionamento do correio electrónico. Em caso de investigação as autoridades judiciais podem pedir ao seu ISP o detalhe da sua navegação na rede. A grande missão da ICANN é preservar a estabilidade operativa da Internet, promover a concorrência, garantir a representação global das comunicações na Internet e elaborar uma política correspondente à sua missão. Note-se que a União Europeia tem vindo a reivindicar uma reforma da governação da Internet existindo países como o Brasil, a China, a Índia e o Irão que já admitem criar o seu próprio organismo nacional de gestão da rede, o que levaria a uma desfragmentação da rede. Julga-se que a solução poderá vir a passar por um organismo independente sob a supervisão das Nações Unidas. Numa Resolução do Parlamento Europeu, sobre a liberdade de expressão na Internet, datada de 6 de Julho de 2006, é considerado que todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem considerações de fronteiras, funções e ideias por qualquer meio ou expressão. A União Europeia reitera o apego aos princípios confirmados na Cimeira de Tunes, a saber: - Construir a sociedade da informação alicerçando-a nos direitos humanos e nas liberdades fundamentais; - Luta contra o fosso digital e procurar os meios a atribuir aos planos de acção para promover o desenvolvimento; - Lograr por uma governação da Internet mais equilibrada, pluralista e representativa dos Estados interessados para responder aos novos desafios tecnológicos (spam, protecção de dados, entre outros). Em Maio de 2009 decorreu uma Reunião de Alto Nível sobre a Governação da Internet. O principal objectivo desta reunião foi discutir as posições da União Europeia e da Comissão Europeia sobre a evolução da ICANN, sendo que se afigura existir uma colisão de interesses A participação da delegação portuguesa ficou a cargo da UMIC – Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP a qual deu os seguintes contributos: - A governação da Internet é uma actividade multidimensional que requer diversas formas organizacionais e não pode ser apenas centrada num modelo de organização; - A governação da Internet requer em muitas das suas actividades mecanismos de participação aberta de multistakeholders num contexto global; - Propõe a alteração do enquadramento do ICANN. Através da Lei N.º 109/2009, de 15 de Setembro, foi publicada a Lei do Cibercrime, que tipifica este tipo de crime e estabelece as penas. Esta Lei não viola a liberdade de expressão, pois se assim o fosse, a mesma teria sido considerada inconstitucional. Nela está previsto, que quando se tratam de crimes, a competência é da Policia Criminal, podendo haver intercepção e registo de dados quando existir uma autorização do Ministério Público. Por outro lado as autoridades nacionais cooperam com as autoridades estrangeiras competentes para efeitos de investigação ou procedimentos respeitantes a crimes relacionados com sistemas ou dados informáticos. Para efeitos de assistência a Polícia Judiciária assegura uma cooperação 24 horas por dias 7 dias por semana. Importa agora perceber como é que é exercido o controlo pelas autoridades, o mesmo é efectuado através do endereço de I, muitas vezes com o apoio do ISP. Por exemplo um indivíduo X, de nacionalidade portuguesa, cuja residência se situa no distrito de Lisboa, possui um blog que divulga conteúdos xenófobos alojado num servidor nos Estados Unidos. A situação foi denunciada, o indivíduo foi identificado e o seu tráfego é controlado. A Policia Judiciaria deverá pedir a colaboração da sua congénere, a qual deverá colaborar com esta e ordenar ao ISP, onde Blog se encontra alojado, o seu encerramento. Levantam-se aqui problemas ao nível da jurisdição dado que estamos a falar de ordenamentos jurídicos diferentes sendo que muitas vezes os indivíduos passam impunes perante estas ilicitudes. O pedido de encerramento de um blog por ferir direitos constitucionalmente consagrados não constituiu uma violação do direito de expressão. Um outro assunto que gostaria de referir é que os Estados podem vedar o acesso a determinados ISP como aconteceu recentemente. Em suma, a entidade que gere a Internet é o ICANN, na atribuição dos respectivos endereços e de manutenção da estabilidade da rede. As autoridades judiciarias tem o poder de controlar, verificar se existe ilícito criminal e eventualmente solicitar a cooperação, por exemplo para o desmantelamento de determinados tipos de redes. Levantam-se agora questões sobre a segurança da rede, tendo em 1999 a União Europeia lançado o programa Safer Internet, a que se seguiu em 2005 o programa Safer Internet Plus, com o objectivo de dinamizar em cada um dos Estados Membros projectos de promoção de uma Internet segura.

Em Portugal foi desenvolvido o projecto Seguranet, o qual visa a promoção de uma utilização esclarecida, critica e segura da Internet junto dos estudantes do ensino básico e secundário. Em 2005, no programa LigarPortugal, um dos objectivos estruturais do mesmo, era assegurar a segurança e a privacidade no uso da internet. Pretendia-se garantir a todos e em particular às famílias que existem instrumentos para protecção do risco. O Projecto Internet Segura foi aprovado apresentando os seguintes objectivos estratégicos: - Combate aos conteúdos ilegais; - Minimização dos efeitos dos conteúdos ilegais e lesivos nos cidadãos; - Promoção de uma utilização segura da internet; - Consciencialização da sociedade para os riscos associados à utilização da internet. Para que a Internet seja mais segura é necessário: - Garantir que os utilizadores são educados para adoptarem medidas de segurança; - Assegurar a protecção dos computadores; - Proceder à activação dos mecanismos de controlo parental para os mais jovens; - Fomentar uma utilização responsável e a responsabilidade partilhada; - Adoptar medidas de responsabilidade; - Procurar não incomodar os outros; - Reduzir a quantidade de mensagens spam (utilizar o bcc) Basicamente a segurança da rede assenta em três pilares fundamentais: - Tecnologia; - Processos; - Pessoas. As pessoas, são sem dúvida o maior perigo para a rede no seu todo, existindo com o desenvolvimento das TIC, um aumento da violação dos direitos de autor. Como todos nós sabemos muita da informação que consta na rede é pura e simplesmente lixo. Os Estados deveriam atribuir valor explícito à informação começando por clássica-la. Após atribuir essa classificação deveriam gerir a mesma, implementar medidas de gestão e de protecção dessa informação. Cumulativamente deveriam existir observatórios de segurança da informação. Neste momento não existe uma supervisão pelos Estados da informação disponível na rede, sendo que essa operaçãoé efectuada por vezes de uma forma colaborativa pelos utilizadores. Os mesmos identificam erros e propõe a respectivas correcção, motivo pelo qual nas nossas pesquisas devemos estar atentos ao facto de se a fonte de informação é fidedigna ou não. Quando se fala na intervenção do Estado e de um Observatório não se pretende eliminar aquilo que é residual, não se pretende colocar em causa a liberdade de expressão de nenhum cidadão, não se pretende castrar nenhum indíviduo, pretende-se efectuar uma identificação digital de que o documento é válido.Contribuição de nossa colega Ana Torres - A resposta tão explícita e elucidativa do Nuno, em conjunto com algumas informações que circulam na internet levaram-me a ponderar que se é verdade que é a ICANN que “manda”na Internet também é verdade que nesta sociedade da informação quem detém a informação detém o poder e correm rumores que a Facebook não só não anda a proteger os nossos dados como os anda a vender a outras empresa. A criação do botão de partilha “gosto” vem ajudar a que a “teoria da conspiração” passe a ser a evidente realidade que apesar dos serviços serem gratuitos, cada vez que clicamos, por exemplo, no tal botão estamos a entregar à facebook dados sobre os nossos gostos, interesses e páginas Web que visitamos, ou seja estamos apagar.Respondendo às questões colocadas, considero que quem controla o maior número de dados controla a rede … já foi a Google … neste momento talvez seja a facebook.A única pessoa ou instituição que pode garantir a fiabilidade da informação colocada na net é o nome que essa entidade ou pessoa tem a defender. Por exemplo se eu fizer uma pesquisa na internet sobre conectivismo terei milhares de resultados, uns correctos mas muitos errados, como poderei saber em que informação confiar …. Talvez começando por ler o blog de George Siemens …

Contribuição de nossa colega Carla Maria Elias Olá a todos, Concordo com a Ana, especialmente sobre a forma insidiosa como somos "controlados" na Web, bem como sobre a estratégia para aferir a fiabilidade da informação. No que diz respeito à fiabilidade da informação, há formas de a aferir. Desde logo, pesquisando com o Google Académico (em vez de usar o motor de busca “geral”) e prestando atenção ao número de vezes que um autor é citado e ao tipo de trabalhos em que isso acontece (artigos científicos, livros, etc.). Sobre o controlo da/na rede gostaria de acrescentar que a Internet "explodiu" porque foi vista como uma enorme oportunidade de negócio: algo que efectivamente é. E convém relembrar que "não há almoços grátis". Quando não pagamos directamente por um serviço (seja email, alojamento de uma página web, etc.), é quase certo que iremos pagar indirectamente, como a Ana muito bem descreveu. Somos também controlados uns pelos outros, com as mais diversas finalidades: desde os empregadores que monitorizam os perfis dos empregados no Facebook, com o intuito de controlar a informação publicada sobre a empresa (aconteceu há pouco tempo com pilotos da TAP que resolveram ventilar publicamente a sua insatisfação naquela rede social) até à simples curiosidade que leva a pesquisar o nome de alguém “para ver se está no Facebook ou no Twitter”. No entanto, não me parece existir uma entidade que, sozinha, consiga controlar a rede. A criação de domínios é controlada, claro que sim, mas qualquer um pode comprar um domínio .com .info .net .biz .org sem dar satisfações a qualquer autoridade e sem passar por qualquer processo de validação dos dados pessoais ou comerciais que fornece. Por vezes, tenho a percepção de que a Web é um pouco como o Wild West americano da segunda metade do século XIX e princípio do XX, uma espécie de World Wild Web, onde a Lei é difícil de impor, não só pela imensidão do território, mas igualmente porque estão sempre a surgir novas cidades no meio do nada, sem xerife nem juiz. Há aspectos negativos e positivos neste universo difícil de regular. Cabe-nos a nós encontrar a melhor forma de beneficiar dos aspectos positivos e de minorar o impacto dos aspectos negativos.[]CME Para finalizar, conclui-se que uma possível solução de controlo, global e multifacetado, da rede poderá ser efectuado através da criação de um organismo internacional, sob a égide das Organização das Nações Unidas. Em que medida a rede é segura e em que medida a informação nela partilhada é confiável? Quem o pode garantir?Mesmo com o documento da APDSI apresentado pelo Joaquim sobre a autenticidade da informação que circula na web e o seu controle; a postagem do Nuno sobre o controle da Rede ser administrada pela ICANN, uma organização de direito privado e sem fins lucrativos, e que vários outros Países reivindicam a criação de seu próprio organismo nacional de gestão de rede; a posição que a Ana Torres traz ao grupo sobre as intenções não muito boas como os rumores sobre a facebook e a comercialização (??????) e da Carla Maria Elias que não só concorda com a posição da colega Ana, como principalmente a preocupação sobre a estratégia para aferir a fiabilidade da informação e o controle que existe em tudo e em todos, as colocações vêem nos confirmar a preocupação, ou a atenção que se tem quando se vê a enorme velocidade que as redes vem ganhando e a quantidade e informação que se consegue através da WEB. Impossível de ter um controle total, e também como termos certeza da veracidade e se a rede é segura e em que medida a informação nela partilhada é confiável? Quem o pode garantir?São questões que vão permanecer sempre, assim como em todas as coisas fora da Internet e da web e que fazem parte da vida . Há controle total nas questões criminais? Há controle total sobre o comportamento ético dos nosso funcionários? Há controle total sobre as nossas reações ? Enfim, temos que buscar nas pesquisas na web, informações e conhecimento de fontes que cremos ser contrutiva, e verdadeira e o volume e profundidade que a wb oferece parece ter muito mais coisas positivas e facilitadoras. Postado por Espaço Colaborativo às 05:20 0 comentários terça-feira, 20 de abril de 2010teaching tools Just click this link and see my task which I created a learning object with some types of teaching tools that can be used in education in general, but this one used "games". How could not post on the blog, hosted on my work and I provide the link and invite them to see it and make considerations. Thanks.
M.Tercilia

http://www.pr.senac.br/downloads/EAD/Pedago.html Postado por Espaço Colaborativo às 14:30 0 comentários segunda-feira, 19 de abril de 2010Postado por Espaço Colaborativo às 10:27 0 comentários domingo, 18 de abril de 2010UNIT2 Annoted Bibliography http://www.ncmeresource.org/onsite/dh_guide/par03/02par03.htm
Presents three techniques that facilitate the online communication:
1. The email - which contact occurs between two people, one to the other establishing a contact individual

Nenhum comentário:

Postar um comentário